GABRIELA
GOEDERT








Centro de Reabilitação Motora
um espaço humanizado de reintegração social em Tijucas, Santa Catarina.
O trabalho de conclusão de curso é uma grande oportunidade de refletir sobre nós cidadãos, a nossa inserção na cidade, como usufruímos dos equipamentos que a constituem e como esses estão sendo projetados. Possibilita também pensarmos sobre os diferentes usuários que transitam os espaços e as dificuldades que cada um possui ou poderá vir a possuir. A escolha do tema para o trabalho - Arquitetura Hospitalar: Centro de Reabilitação Motora - veio vinculada a esse olhar preocupado e crítico com o usuário, que aqui chamamos de paciente. Este paciente será a peça representativa de todos nós, habitantes da cidade. Tendo suas dificuldades exaltadas - insuficiências, limitações- procura-se projetar um espaço que retome a discussão das influências da arquitetura no bem estar físico e psíquico do ser humano e mais precisamente nas melhorias no tratamento de pacientes.
“A arquitetura é um instrumento de cura de mesmo estatuto que um regime alimentar, uma sangria ou um gesto médico. O espaço hospitalar é medicalizado em sua função e em seus efeitos” (FOUCAULT, 1979)
“No Brasil, a porcentagem de pessoas com deficiência aumentou de 1,49%, no censo de 1991, para 14,5%, quando em 2001 se adotou um conceito mais concordante com as recomendações das Nações Unidas...” (SIMÕES, Jorge Falcato, 2006). Já no censo de 2010, esse número se elevou para 24% da população, evidenciando que aproximadamente 46 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência mental, motora, visual ou auditiva. Esses números explicitam a necessidade de considerá-los parte atuante da nossa cidade, incluindo e permitindo acesso dos mesmos às atividades de lazer, educação, saúde e trabalho. Essa inclusão social pode ser promovida de diversas formas, e esse retorno do paciente à sociedade é facilitado com o apoio de Centros de Reabilitação Motora. Sendo tratado inicialmente em hospitais especializados, o paciente teria o Centro como um tratamento posterior, como complemento de um pós-cirúrgico, com uma garantia maior de continuidade e melhora no tratamento. Nesses Centros são encontrados diversos profissionais preparados para tal abordagem, com exercícios específicos e métodos particulares.
“Trata-se portanto, de recuperar o papel e a responsabilidade de proporcionar, através da arquitetura, as condições funcionais e de conforto necessárias ao bom desempenho das práticas médicas, bem como o bem- estar e a auto-estima dos usuários dos edifícios de saúde.” (TOLEDO, Luiz Carlos de Menezes).