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Concurso Nacional de Estudantes - 11º ENEPEA 

Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em escolas de Arquitetura e urbanismo no Brasil

Trata-se de uma área de quase 10 hectares, de frente para um denso condomínio de baixa renda, em um bairro (Abraãão - Florianópolis - SC) com precário caráter estruturador,  que além de sofrer com a carência de legibilidade,  planejamento urbano e degradação ambiental, não oferece espaços de uso livre, lazer, convivência e contemplação para a população que ali vive. Além disso, o imensurável valor ambiental representado pela sinuosa orla marítima e nicho ecológico, encontram-se ameaçados pela especulação imobiliária e poluição da região.

Subutilizada, hoje a área escolhida caracteriza-se como um vazio natural e urbano, e fica claro que suas imensas potencialidade para ser um espaço público extremamente apropriável pelas comunidades do seu entorno, não são consideradas.
Acredita-se que ao mesmo tempo em que a implementação de políticas de recuperação de  áreas ambientalmente degradadas é de grande importância para a garantia da disponibilidade do recurso natural, a implementação de projetos capazes de recuperar o território, tanto para a população que ali habita, quanto para os habitantes dao entorno, tornam estes ambientes ainda mais qualificados.



 

Com o  objetivo de revelar a natureza da área degradada, valorizar paisagem e comunidade, concebeu-se o parque a partir dos visuais e das sensações que se deseja causar nesses usuários, que são acolhidos,  surpreendidos,  direcionados e redirecionados, a todo instante, num espaço que foi desenhado para ser transformável, mutável e livre.
O mar, grande contribuinte para a beleza natural da área, hoje não é sentido, não é visto. O protagonista que originou o próprio nome do bairro (esquema ao lado com abrão=abertura ao mar), se não estiver voltado para um uso privativo sendo privilégio de apenas alguns, encontra-se abandonado, degradado e ignorado.
Deseja-se abrir aquela área e trazer principalmente as pessoas que até agora viveram de frente as margens daquela ambiente, introduzindo nelas um sentimento de pertencimento e familiaridade das mesmas com a água, com o meio natural.
Buscou-se implementar equipamentos de esporte e lazer, além de deques e circuitos que ora se viram dentro do parque, ora são lançados próximos à água com o intuito de estimular e despertar a percepção da população para este ambiente natural. Foram implantados pista de skate, espaços de estar, deques, pisos variados, que trazem além da permeabilidade do solo, a possibilidade de uso livre, que te direcionam para diferentes eixos e nichos, que te convidam a usufruir aquele ambiente renovado.
Desta maneira, desenhou um lugar que por si só oferece possibilidades para o exercício da cidadania. Um ambiente que educa, que cria, que permite o desenvolver de sensações e sentimentos, que enfatiza a liberdade ao usuário, que incorpora sua imageneabilidade e que representa o direito de todos ao meio natural e suas consequentes belezas.

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