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Intervenção Casa D' Agronômica - Florianópolis - SC

A disciplina de Projeto Arquitetônico VII propõe o projeto do Parque da Agronômica, que compreende a área da Ponta do Coral e seu entorno imediato. Esta área foi dividida em quatro setores: Setor A, a quadra da Casa D’Agronômica; Setor B, a quadra do Direto do Campo e Associação Catarinense de Tênis; Setor C, a Ponta do Coral; e Setor D, a estrutura viária.
O presente trabalho situa-se no Setor A, que comporta as seguintes atividades: CAPS – Centro de Atenção Psicossocial; Subestação da CELESC; CREMV – Centro de Referência de Atendimento à mulher em Situação de Violência; Delegacia de polícia da mulher, da criança e do adolescente; PROMENOR – Promoção do Menor; e Casa D’Agronômica – atual residência do Governador do Estado. Inicialmente, previa-se o projeto de uma praça em homenagem à poetisa catarinense Maura de Senna Pereira e espaços (abertos e fechados – Ludoteca) para recreação infantil. Perante o contexto peculiar da área e, a fim de uma melhor conexão entre o mesmo e o programa proposto, se fez necessário a ampliação do programa de necessidades.

Diretrizes

A presença de equipamentos voltados para a proteção da mulher e da criança, a homenagem à poetisa Maura de Senna Pereira, o lúdico infantil e o potencial visual paisagístico e cultural da área foram fatores determinantes para o projeto.
Dentre as principais diretrizes destaca-se a prevalência do público sobre o privado, que aparece explicitada de formas diferentes ao longo do parque. A assimilação da Casa D’Agronômica ao projeto, e a priorização do pedestre perante o carro intensificaram as relações da área com o entorno e definiram novos acessos, de forma a conformar um espaço integrado à cidade. As relações entre público e privado se dão através das transições entre os diferentes espaços, que são trabalhadas com a diferenciação de pisos, níveis, vegetação, que alternam entre permeabilidade e inclusão. As bordas, por exemplo, são projetadas dessa forma. A borda entre a área e a Avenida Beira-mar assume a massa vegetal existente e o caráter de ruptura entre as duas. Já a Rua Delminda Silveira atua como uma costura com o bairro da Agronômica convidando o usuário, instigando-o e surpreendendo-o.
Assumir a topografia, os visuais e a vegetação existente, portanto, é uma importante diretriz projetual, que fica evidente na conformação de caminhos através de passarelas e platôs. Ao mesmo tempo em que valorizam a topografia, os platôs conformam espaços de convivência e diferentes ambiências através dos materiais, aberturas, visuais e sensações. Os percursos conectam pontos de interesse, eixos visuais.
As atividades dos equipamentos sociais foram mantidas, mas receberam diferentes tratamentos, levando em conta a melhor localização para cada atividade, a incorporação da arquitetura existente, e as relações que as mesmas têm umas com as outras, com os usuários e com o parque.
Importante figura literária da história de Santa Catarina, Maura de Senna Pereira foi a primeira jornalista de que se têm registros no estado, e escreveu, especialmente, artigos sobre as qualidades e conquistas femininas e a busca dos direitos da mulher. A homenagem à poetisa Maura, então, ganhou ênfase, transpôs os limites da praça e foi incorporada ao percurso do parque através de memoriais e mobiliários escultóricos. Além disso, foi inspiração para a transformação da Casa D’Agronômica em um museu que leva seu nome, que, além de homenagear a mesma, irá homenagear outras poetisas catarinenses.
Por último, mas não menos importante, tem-se o lúdico como uma diretriz projetual e a criança como valor. A ludoteca se torna o ponto convergente do parque, onde o lúdico ganha forma e permeia entre as diferentes faixas etárias, gêneros, e classes sociais. O lúdico ultrapassa os limites da ludoteca e intermeia o parque todo, através de percursos na mata, do observatório, dos platôs, da arte, enfim, através do espaço público democrático.

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